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  • O relatório anual Dinâmicas do desenvolvimento em África apresenta as mais recentes informações sobre as políticas económicas no continente africano e nas suas cinco regiões. Apresenta um relato novo que avalia o desempenho económico, social e institucional de África, à luz dos objetivos estabelecidos pela Agenda 2063 da União Africana. Esta edição de 2022 explora como a operacionalização da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) pode aprofundar as cadeias de valor regionais e pode ajudar os países africanos a acelerar a transformação produtiva e a recuperar de forma sustentável da pandemia de COVID-19.

  • Incorporar a ideia de «Cadeias de valor regionais para uma recuperação sustentável» nas economias africanas significa desenvolver relações de produção entre os países e regiões de forma a promover um crescimento verde mais forte, mais inclusivo e sustentável. A integração de cadeias de valor irá acelerar a transformação produtiva e criar mais empregos de qualidade. Uma abordagem que promove cadeias de valor africanas para a transformação produtiva permite às empresas crescerem através de redes de produção regionais.

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    A pandemia de COVID-19 está a atrasar a convergência das economias africanas com o resto do mundo. Em 2022, projeta-se que o crescimento económico africano seja um ponto percentual abaixo da taxa mundial de 4.9 %. Segundo as projeções atuais, os países africanos demorarão mais de cinco anos a recuperar a sua quota-parte pré-COVID (cerca de 5 %) do produto interno bruto (PIB) mundial. A procura mundial mais fraca de mercadorias, as perturbações da cadeia de abastecimento e as medidas sanitárias necessárias têm restringido a capacidade de produção de África. A nossa análise de 127 polos industriais africanos, baseada na intensidade da luz noturna, sugere que as suas atividades diminuíram até 7.2 % entre março e agosto de 2020. O ritmo lento da vacinação contra a COVID-19 retém a recuperação. Em dezembro de 2021, apenas 7.7 % da população africana tinha recebido uma vacina, contra 69.5 % nos países de rendimento elevado.

  • A pandemia de COVID-19 está a atrasar a convergência económica de África com a economia mundial. O crescimento económico africano atingirá 3.9 % em 2022, um ponto percentual abaixo da taxa de crescimento para o resto do mundo, que se situa em 4.9 %. Em 2022, espera-se que o produto interno bruto (PIB) de África, em percentagem do PIB mundial, caia para 4.7 %, o nível mais baixo desde 2002. Isto inverte o processo de convergência que estava em curso: entre 2000 e 2010, o peso económico global de África aumentou de forma constante, passando de 4.7 % para 5.3 % da produção mundial (). África não recuperará a sua quota-parte do PIB mundial pré-COVID num futuro previsível. A COVID-19 também inverteu o progresso na redução da pobreza em África, empurrando pelo menos mais 29 milhões de pessoas para a pobreza extrema (Mahler et al., 2021).

  • Este capítulo sugere que os decisores políticos em África possam desenvolver cadeias de valor regionais, a fim de acelerar a transformação produtiva do continente e criar empregos de qualidade. Em primeiro lugar, explica a necessidade de se repensar a participação de África nas cadeias de valor globais como forma de aumentar a produção local e de acompanhar a recuperação económica global da pandemia de COVID-19. Em segundo lugar, apresenta o potencial da Zona de Comércio Livre Continental Africana para reforçar as cadeias de valor regionais. A análise destaca os principais desafios no desenvolvimento das cadeias de valor regionais e os riscos subjacentes para o desenvolvimento sustentável. Por último, o capítulo identifica três tendências aceleradas pela crise da COVID-19 que afetam as políticas públicas para as cadeias de valor regionais: a mudança do contexto de investimento, a transformação digital em África e o impulso global para a sustentabilidade.

  • Este capítulo identifica as políticas prioritárias para facilitar as cadeias de valor regionais no contexto da pandemia de COVID-19 e da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA). Em primeiro lugar, analisa os esforços desenvolvidos no passado a nível continental e regional para desenvolver cadeias de valor regionais e destaca as lições fundamentais para a implementação da ZCLCA. Em segundo lugar, apresenta recomendações sobre a forma como os decisores políticos africanos podem trabalhar com o setor privado para acelerar a adoção digital e reduzir os custos da produção e do comércio transfronteiriços. Por último, o capítulo analisa políticas públicas para criar vínculos mais fortes dentro das redes industriais africanas. Centra-se nas políticas relacionadas com o desenvolvimento de competências, contratos públicos e investimento.

  • O presente capítulo analisa as perspetivas e desafios para o desenvolvimento de cadeias de valor regionais na África Austral (África do Sul, Angola, Botswana, Essuatíni, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe). Esboça o contexto económico e comercial da região, descrevendo as cadeias de valor e os padrões de comércio, crescimento e fluxos financeiros existentes. Analisa seguidamente um estudo de caso sobre o desenvolvimento da cadeia de valor no que diz respeito ao setor automóvel na África Austral: o estado atual e a história recente do desenvolvimento da cadeia de valor automóvel, bem como os principais constrangimentos a um maior desenvolvimento. A análise apresenta recomendações para o aprofundamento da industrialização da cadeia de valor na região da África Austral, relacionando essa questão com a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e com as consequências da pandemia de COVID-19.

  • O presente capítulo analisa o nível de integração nas cadeias de valor globais (CVG) da África Central e dos seus nove países: Burundi, Camarões, Chade, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana (RCA), República Democrática do Congo (RD Congo) e São Tomé e Príncipe. O mesmo apresenta uma visão geral da participação da sub-região nas CVG, identificando produtos e setores estratégicos. O foco desloca-se então para a cadeia de valor (CV) da madeira, devido ao seu potencial, à sua importância e às restrições que lhe estão associadas devido à pandemia de COVID-19. Finalmente, o capítulo apresenta sugestões de políticas públicas que visam reforçar a promoção das CV na África Central, especialmente a CV da madeira. Trata-se de melhorar o quadro macroeconómico e o clima de investimento, reduzir o défice de infraestruturas de transporte e logística e desenvolver competências profissionais adaptadas às necessidades do mercado.

  • Este capítulo analisa as oportunidades e desafios para o desenvolvimento de cadeias de valor regionais na África Oriental (Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Madagáscar, Maurícias, Ruanda, Seicheles, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia e Uganda). Analisa em primeiro lugar a participação existente nas cadeias de valor globais. Em seguida, o capítulo analisa as cadeias de valor agroalimentares da África Oriental e discute o seu potencial de crescimento, oportunidades e restrições. Por último, aborda três domínios políticos para o reforço da integração da cadeia de valor na África Oriental. O primeiro domínio diz respeito à coordenação regional, especialmente através da Comunidade da África Oriental, para reduzir os obstáculos ao comércio intrarregional. O segundo domínio político diz respeito à forma como as políticas de investimento e de polos de competitividade podem ajudar a desenvolver a capacidade regional em cadeias de valor fundamentais, como a agroalimentar. O terceiro domínio identifica as políticas públicas necessárias à realização do mercado único digital regional.

  • O presente capítulo analisa as políticas públicas necessárias para revitalizar a cadeia de valor do setor da energia, para acelerar uma recuperação económica pós-COVID no Norte de África (Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia). Com efeito, estes países enfrentam limitações institucionais, logísticas, infraestruturais e técnicas que não lhes permitem tirar o máximo partido desta cadeia de valor, apesar da imensa dotação natural da região. O capítulo começa com o contexto macroeconómico, em relação à integração dos países do Norte de África nas cadeias de valor. De seguida, salienta o potencial energético da região e a importância deste setor para a estabilidade macroeconómica e para a promoção do emprego. Por último, o capítulo identifica limitações e oportunidades no contexto pós-COVID, propondo também políticas públicas para desenvolver a cadeia de valor da energia (CVE) no Norte de África.

  • O presente capítulo salienta a importância estratégica das cadeias de valor agroalimentares na África Ocidental para uma recuperação económica sustentável e para a operacionalização da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA). A primeira secção fornece uma visão geral da integração nas cadeias de valor global (CVG) na região. Demonstra o impacto da COVID-19 numa economia regional pouco integrada nas CVG a montante, mesmo que certos setores se destaquem, tais como as minas e pedreiras e o setor agroalimentar. A segunda secção centra-se na cadeia de valor agroalimentar, tendo em conta as suas vantagens relacionadas com o forte potencial agrícola da região. São também abordadas a sua capacidade de criação de emprego e a sua participação na integração económica regional e mundial, bem como os vários elementos que atrasam o seu desenvolvimento. Por último, a terceira secção propõe políticas públicas para reforçar a integração da região nas cadeias de valor agroalimentares.

  • Os dados compilados para esta edição do relatório Dinâmicas do desenvolvimento em África estão disponíveis em tabelas e podem ser consultados gratuitamente no sítio Web do Centro de Desenvolvimento da OCDE (https://oe.cd/AFDD-2022). Incluem novos indicadores sociais e económicos que proporcionam uma outra perspetiva para a análise do relatório.