• Angola é o segundo maior produtor de petróleo de África, depois da Nigéria, produzindo mais de 1.9 milhões de barris por dia (bpd). Na sequência dos choques provocados pela desaceleração económica mundial e pela forte queda do preço do petróleo, que provocou desequilíbrios orçamentais e na balança de pagamentos, o país tem vindo gradualmente a recuperar. O crescimento do PIB registou um ligeiro aumento de 3.4% em 2010, para um valor estimado de 3.5% em 2011, impulsionado principalmente pelos preços do petróleo e pelo forte crescimento do sector não-petrolífero de 7.7%, o que ajudou a compensar os problemas de produção no sector petrolífero. O país deverá registar taxas de crescimento do PIB de 8.2% e 7.1% em 2012 e 2013, respectivamente. Tal crescimento será impulsionado principalmente pelo início do projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL), orçado em 9 mil milhões USD, que irá permitir o aumento da produção de petróleo para mais de 2 milhões de bpd. As pressões inflacionárias mantiveram-se elevadas em 14.5% em 2010, e 13.5% (estimada) em 2011, principalmente em resultado do forte crescimento da procura interna. No entanto, estas deverão cair para 10.0% e 9.4% em 2012 e 2013, respectivamente (Tabela 1).

  • Cabo Verde, um pequeno Estado insular, é, de acordo com a política de crédito[i] do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), um país de rendimento médio baixo (PRMB). O Produto Nacional Bruto (PNB) per capita cabo-verdiano, em 2010, rondou os 3.270 USD, bem acima do patamar de 1.175 USD de PNB per capita dos PRMB. Apesar dos progressos significativos alcançados nas últimas duas décadas, o país continua a enfrentar alguns constrangimentos e desafios significativos ao seu desenvolvimento. Para além da insularidade, Cabo Verde tem problemas que resultam da dispersão territorial (dez ilhas) e de uma população escassa (menos de 500 mil habitantes), que limitam o seu mercado interno, um clima saheliano seco e recursos muito limitados.

  • A Guiné-Bissau registou um notável desempenho económico em 2011. Em termos macroeconómicos, a taxa de crescimento do PIB atingiu 5.1% (contra 3.5% em 2010) impulsionada pelas exportações, em particular de castanha de caju. Este fruto oleaginoso foi responsável por quase 81% das exportações do país, no período 2009/2010, e atingiu 90% em 2011 devido a uma colheita excepcional. No entanto, com a crise da dívida na Europa, espera-se uma queda dos preços mundiais deste produto e, em consequência, o crescimento deve cair para 4.6% em 2012 e 4.9% em 2013.

  • O aumento da produção de carvão a partir dos primeiros mega-projetos mineiros de exploração de carvão, que entraram em operação este ano, juntamente com o forte desempenho registado no sector de serviços financeiros, transportes e comunicações e construção, ajudaram a acelerar o crescimento do PIB real para 7.2%, em 2011. O país alcançou uma impressionante média de crescimento de 7.2% ao longo da última década. A continuação de um elevado Investimento Directo Estrangeiro (IDE), sobretudo em indústrias extractivas, juntamente com o forte crescimento agrícola e o investimento em infra-estruturas vai impulsionar o crescimento para 7.5% e 7.9%, em 2012 e 2013. Apesar do forte crescimento, a firme e rígida política monetária do Banco Central, apoiada por uma política orçamental prudente, reduziu a inflação anual de 12.7% para 10.8%, em 2011. As perspectivas de uma redução ainda maior da inflação para 7.2%, em 2012, e a sua estabilização em 5.6%, em 2013, vai permitir a flexibilização da política monetária em 2012, visando a expansão do crédito. A implementação de medidas pró-pobres preparadas durante 2011, juntamente com um ambicioso programa de investimento em infra-estruturas, deve ampliar o défice orçamental de 3.3%, em 2011, para 6.8% e 7.4%, em 2012 e 2013. O principal desafio económico estrutural de Moçambique, a médio prazo, reside no alargamento da sua base fiscal. Espera-se uma diminuição continuada dos fluxos de ajuda de 51.4% do orçamento, em 2010, para 39.6%, em 2012. É fundamental diversificar a base das receitas, nomeadamente através de uma maior tributação do sector extractivo, a fim de sustentar e promover uma agenda de crescimento inclusivo.

  • São Tomé e Príncipe (STP), localizado no Equador ao largo da costa da África Ocidental, é o país africano com menor população, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado de 253 milhões de USD e um PIB per capita de 1.222 USD em 2011. O país é considerado um estado frágil de acordo com a pontuação harmonizada do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) e da Política do País e Avaliação Institucional (CPIA) do Banco Mundial, situada abaixo de 3.2 em 2010. A sua vulnerabilidade a choques exógenos é acompanhada pela alta dependência da agricultura e da ajuda pública ao desenvolvimento (APD). O sector de serviços tem sido, até agora, a força dominante na economia, representando cerca de 60% do PIB em 2010 e 48.6% em 2011 e empregando cerca de 60% da força de trabalho. Os sectores da indústria e da agricultura contribuíram cada um com 20% para o PIB (Tabela 2). De acordo com as estimativas, o crescimento real do PIB baixou ligeiramente para 4.3% em 2011, contra 4.5% em 2010. O crescimento económico global foi impulsionado principalmente pela construção, o consumo, o turismo, o comércio a retalho e o sector mineiro. Desde 2009, o Governo tem feito progressos significativos na reforma da gestão das finanças públicas. O conjunto de medidas implementadas levou o país a ocupar o 12º lugar entre 53 países no Índice Mo Ibrahim 2011 de Governação Africana.