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  • O relatório Dinâmicas do Desenvolvimento em África apresenta anualmente os mais recentes dados sobre as políticas económicas no continente africano avaliando o respetivo desempenho económico, social e institucional à luz dos objetivos estabelecidos pela Agenda 2063 da União Africana. A edição de 2023 explora a forma como África pode atrair investimentos que ofereçam um melhor equilíbrio entre objetivos económicos, sociais e ambientais.

  • O investimento é fundamental para impulsionar o desenvolvimento de África e alcançar a Agenda 2063 da União Africana e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No entanto, as crises mundiais aumentaram o défice de financiamento sustentável do continente africano. Em 2020, a diferença entre o financiamento necessário para alcançar os ODS e os recursos disponíveis aumentou 36 %, para 272 mil milhões USD por ano, o equivalente a 11 % do PIB do continente. Apesar do forte crescimento, o investimento global desviou o foco do continente. O investimento direto estrangeiro (IDE) diminuiu de 12 % do total mundial em 2017 para menos de 6 % em 2021 – em comparação com 15 % para a Ásia em desenvolvimento e 10 % para a América Latina e Caraíbas.

  • Prevê-se que, até 2030, o défice de financiamento sustentável no continente africano ronde os 1 600 mil milhões USD. Segundo estimativas deste relatório, o continente necessitará de um financiamento adicional anual de cerca de 194 mil milhões USD para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Este défice anual de financiamento sustentável é equivalente a 7 % do Produto Interno Bruto (PIB) de África e a 34 % dos seus investimentos durante o ano de 2021. O défice anual é inferior a 0.2 % do stock mundial e 10.5 % do stock de ativos financeiros detidos em África.

  • Os investimentos sustentáveis são essenciais para o desenvolvimento económico, social e ambiental de África. Os investimentos são sustentáveis se for possível prever que os seus benefícios económicos, sociais e ambientais ultrapassam o seu custo total. Ao mobilizarem investimentos, os países africanos necessitam gerir as tensões entre os objetivos económicos de transformação produtiva e os objetivos sociais e ambientais, como a inclusão e a resiliência às alterações climáticas. Tal inclui equilibrar a produção de energia e a mitigação de carbono, desenvolver a utilização de solos agrícolas e conservar os ecossistemas, ou criar empregos em massa, ao mesmo tempo que se promovem normas laborais. O relatório Dinâmicas do Desenvolvimento em África 2023 fornece uma análise baseada em dados do cenário de investimento no continente africano e identifica importantes políticas relacionadas com o investimento que promovem o desenvolvimento sustentável no continente, e em cada uma das suas cinco regiões.

  • Este capítulo conclui que os países africanos necessitam de investimentos mais sustentáveis para criar empregos e promover o crescimento inclusivo. Descreve em que medida os investimentos e o financiamento sustentáveis não conseguiram responder às oportunidades oferecidas pelo continente analisando o seu potencial de melhoria. Neste âmbito, o capítulo avalia, em primeiro lugar, o contexto de investimento sustentável que está a emergir das múltiplas crises da pandemia de COVID-19, as repercussões globais dos conflitos e das alterações climáticas e fornece uma estimativa do défice de financiamento sustentável do continente. Em segundo lugar, analisa a quebra de confiança dos investidores e o elevado custo do capital como barreiras específicas ao investimento que estas crises amplificaram. Em terceiro lugar, o capítulo identifica as relações de investimento com as pequenas e médias empresas, os investimentos intra-africanos e os investidores institucionais como três áreas que oferecem um potencial inexplorado para apoiar a integração regional e o crescimento sustentável de África.

  • Este capítulo identifica as prioridades políticas para os decisores políticos africanos, a fim de mobilizar investimentos mais sustentáveis e melhor afetar os recursos existentes para o desenvolvimento sustentável. Em primeiro lugar, avança cenários através dos quais as instituições africanas podem melhorar a disponibilidade das informações e dos dados necessários para as avaliações de risco e de sustentabilidade. Em segundo lugar, o capítulo elabora sobre a forma como as parcerias e instituições de base africana podem desbloquear o financiamento sustentável alinhadas com as prioridades de desenvolvimento. Em terceiro lugar, descreve a forma como políticas de integração regional eficazes podem aumentar os investimentos sustentáveis.

  • O presente capítulo analisa a mobilização de investimentos sustentáveis com enfoque no setor das energias renováveis na África Austral (Angola, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Maláui, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué). A primeira secção demonstra que as múltiplas crises mundiais exacerbaram as necessidades de investimento sustentável, ao passo que as fontes de financiamento da região representam um potencial inexplorado para estimular o crescimento sustentável. A segunda secção analisa a forma como os investimentos no setor das energias renováveis da região podem contribuir para o desenvolvimento social, económico e ambiental. Identifica ainda as principais condicionantes que dificultam os investimentos necessários para alcançar a segurança energética e uma transição energética justa. A terceira secção avança sugestões de prioridades políticas para mobilizar investimentos no setor das energias renováveis da África Austral.

  • Este capítulo aborda a mobilização de investimentos sustentáveis nos nove países da África Central: Burundi, Camarões, República do Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe e Chade. Analisa os fluxos financeiros recebidos pela região e a sua afetação a atividades sustentáveis e de promoção da integração regional. Em seguida, propõe um estudo de caso sobre o potencial da monetização dos ecossistemas naturais para atrair investimentos e participar na transformação produtiva da região. Efetua um balanço dos ecossistemas naturais e dos mecanismos de monetização existentes e analisa os principais desafios que impedem o seu desenvolvimento. Por fim, este capítulo apresenta propostas de políticas públicas que permitam aumentar quantitativa e qualitativamente a monetização dos ecossistemas naturais na África Central.

  • O presente capítulo analisa as tendências e a dinâmica do investimento na África Oriental (Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Madagáscar, Maurícia, Ruanda, Seicheles, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia e Uganda), com incidência no setor das energias renováveis. O capítulo revela, em primeiro lugar, que os investimentos têm sido um motor importante do recente crescimento da região, mas a sua afetação à sustentabilidade social e ambiental permanece insuficiente. Em segundo lugar, aborda o vasto potencial das energias renováveis na África Oriental, salientando que os atuais investimentos são insuficientes para satisfazer as necessidades de acesso à energia na região. Destaca os principais obstáculos ao investimento que dificultam o crescimento do mercado das energias renováveis e identifica o potencial das empresas inovadoras para acelerar a adoção de energias renováveis e contribuir para a transformação produtiva na região. Por último, apresenta recomendações políticas para mobilizar maiores investimentos em energias renováveis em toda a África Oriental.

  • Este capítulo elabora sobre a mobilização de investimentos sustentáveis nos seis países do Norte de África: Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia. Analisa os fluxos financeiros recebidos pela região, em particular a sua afetação a atividades sustentáveis e de promoção da integração regional. Em seguida, propõe uma análise do potencial dos mercados financeiros sustentáveis para atrair investimentos em prol da ação climática na região. Faz um balanço da vulnerabilidade das economias norte-africanas face às alterações climáticas e identifica as necessidades de financiamento necessárias para o desenvolvimento sustentável. Por último, este capítulo sugere políticas públicas que permitam o desenvolvimento e a integração dos mercados financeiros sustentáveis no Norte de África.

  • Este capítulo identifica opções políticas com vista a reforçar os investimentos sustentáveis no setor agroalimentar na África Ocidental. O capítulo começa por analisar os fluxos de investimentos de origem interna e externa à região e como se distribuem entre setores e países (Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo). Em seguida, examina, em pormenor, o potencial e as limitações do setor na região. O capítulo termina com sugestões concretas nas quais os decisores políticos da África Ocidental se podem apoiar para atrair investimentos mais sustentáveis. Este setor foi selecionado face ao seu relevante contributo na criação de emprego e no crescimento económico daquela região africana.

  • Os dados compilados para esta edição do relatório Dinâmicas do desenvolvimento em África estão disponíveis em tabelas e podem ser consultados gratuitamente no sítio do Centro de Desenvolvimento da OCDE (https://oe.cd/AFDD-2023). Incluem novos indicadores sociais e económicos que proporcionam outra perspetiva para a análise do relatório.